segunda-feira, 28 de outubro de 2013

"The Voice Brasil" muda de horário, mas jurados continuam sem graça

      
A Globo aposta alto no The Voice Brasil. Grande prova disso é que o "reality" musical passou a ocupar uma fatia do horário nobre em sua segunda temporada. Antes exibido nas tardes de domingo, o programa agora tem possibilidades de atingir um público maior, já que vai ao ar ás quintas logo depois de Amor á Vida. Nos números, ficou comprovado: pelo menos na estréia, a atração registrou 24 pontos de média. Quando ocupava os domingos, o primeiro episódio marcou 15.

Mas enquanto a audiência cresce, a falta de carisma do corpo de jurados continua a mesma. Importantes para o andamento da competição, além de escolherem os participantes que seguirão em frente na competição, Carlinhos Brown, Cláudia Leitte, Daniel e Lulu Santos ensaiam os grupos de cantores que formam e têm um tempo de tela bem superior ao do apresentador, Tiago Leifert. E o que se vê entre eles são piadas sem graça, disputa de egos e ausência total de entrosamento. Ainda falta naturalidade diante das câmeras. A impressão que se tem é que cada um ali quer encarnar um personagem.

Já os cantores que participam do programa apresentam um característica comum a quase todos: berrar. Talvez por se espelharem em candidatos das versões do The Voice de outros países ou por, simplesmente, acreditarem que assim chamarão a atenção dos jurados. Mas nem sempre chamam. Muitas vezes, um cantor se "esgoela" no palco, até de forma afinada, mas não tem nenhuma cadeira virada para si. Aliás, esse é o ápice do programa: esperar que ao menos um dos técnicos vire sua cadeira para um cantor em sinal de que o deseja em seu time. Quando isso não acontece e o participante, mesmo assim, agrada a plateia, a frustração se instala. É aí que o programa ganha, ao trabalhar com as emoções do telespectador.

A novidade da atual temporada é a entrada de Miá Mello no lugar de Danielle Suzuki. Responsável por mostrar os bastidores da competição e conversar com as famílias de alguns candidatos, Miá trouxe para a produção um pouco do seu humor, já explorado em produções como Casseta & Planeta Vai Fundo e Meu Passado Me Condena, do Multishow.

O grande objetivo do The Voice Brasil é revelar um novo talento da música brasileira. Mas nem sempre isso se amplia para muito além das margens da competição. Éllen Oléria, vencedora da primeira temporada, não estourou. No máximo, vez ou outra, apareceu em programas da Globo. Dessa vez, a pretensão de alavancar a audiência com o novo horário pode ser uma aliada nesse sentido. E quem sabe o vencedor sobreviva ao "reality".

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