sábado, 30 de novembro de 2013

Os estranhos critérios do Prêmio Emmy Internacional de TV

Alô, galera! Estou de volta!

A vitória da novela Lado a Lado(2012) na categoria "melhor novela" do Prêmio Emmy Internacional de TV foi um dos assuntos da semana. A trama de João Ximenes Braga e Cláudia Lage desbancou a grande favorita ao troféu, que era Avenida Brasil(2012). Muitos críticos e noveleiros de plantão aqui do Brasil dizem que era óbvio que Lado a Lado ganharia o troféu. Mas por quê será que isso ocorreu?

Pra quem não se lembra, Lado a Lado amargou a mais baixa audiência da história do horário das 18h, mesmo tendo ganho a simpatia da crítica especializada e vários fãs. Essa novela teve várias qualidades, foi feliz ao retratar a saga de duas mulheres á frente de sua época, Laura(Marjorie Estiano) e Isabel(Camila Pitanga), mas seu contexto era histórico demais não só para o horário das 6 como também para o período em que foi exibida, em pleno horário de verão. E essa época não é lá muito propícia para exibição de novelas de época.

Por outro lado Avenida Brasil foi um supersucesso, não tanto de audiência, mas principalmente de repercussão. A saga da vingança de Rita/Nina(Débora Falabella) contra a ex-madrasta Carminha(Adriana Esteves) mexeu com o país inteiro e virou cult, como há muitos anos não se via. Antes de Avenida, só A Favorita(2012) havia causado o mesmo frisson, o que prova que João Emanuel Carneiro, autor das duas novelas, virou o queridinho do horário nobre da Globo, que há tempos precisava de renovação em seu quadro de novelistas. Por isso, apostava-se nessa novela para faturar o cobiçado prêmio.

Essa não é a primeira vez que uma novela sem grande repercussão fatura o Emmy. Em 2009, Caminho das Índias, de Glória Perez, ganhou na categoria "melhor novela do mundo". Um exagero! Nessa época, a audiência do horário das 21h estava em declínio e a média geral de Caminho ficou um ponto abaixo da meta esperada. Além disso, a trama recebia inúmeras críticas por retratar a cultura indiana de forma não muito "real" e pelo casal protagonista, formado por Juliana Paes e Márcio Garcia(esse último, aliás, praticamente, sumiu do enredo). Foram as tramas ambientadas no Brasil que sustentaram a novela. Em 2011, o irregular remake de O Astro também ganhou um prêmio parecido. E até a sonolenta Araguaia(2010) chegou a ser indicada. Dizem que os jurados do Emmy não têm acesso ás novelas inteiras, apenas a capítulos alvulsos, selecionados pela própria Globo, e que não levam tanto em conta a repercussão ou a qualidade das histórias.

Então, quais seriam esses critérios avaliados pelos jurados do Prêmio Emmy? Eles se deixam influenciar por figurinos e cenários exuberantes? Efeitos especiais bem-feitos? Estéticas apuradas? Difícil de entender. Mas sejam quais forem, esses critérios precisam ser revistos. Afinal, o que faz uma produção televisiva ser considerada excelente ou péssima é, foi e sempre será o roteiro. De qualquer forma, é bom ver nossas novelas e séries serem reconhecidas lá fora!




Um comentário:

  1. Olá, tudo bem? Passando pra retribuir a visita. Adorei a vitória de Lado a Lado, uma ótima novela que, se não foi prestigiada pela audiência brasileira, que seja pela crítica internacional. Alguma consagração ela havia de receber. Que bom! E é isso mesmo que vc falou, o critério do júri não passa pela audiência ou repercussão da obra, e sim pelos capítulos selecionados, pelo "conjunto da obra", enfim. Muito mais justo, afinal, estamos falando de um prêmio que consagra a qualidade. Caminho das Índias realmente não foi lá essas coisas, mas era exuberante (o que conta pontos) e bastante antenada com o contexto mundial da época (a Índia estava na moda). Além disso, deve-se sempre levar em consideração os concorrentes. Não é injusto, é apenas um olhar. Acho bom. Abraço!
    André San - www.tele-visao.zip.net

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