domingo, 8 de dezembro de 2013

Horário de verão bagunça programação da Globo em metade do país

Em 2008, quando o Ministério da Justiça determinou que as emissoras de TV passassem a respeitar a classificação indicativa de seus programas(que está atrelada a horários a partir das 20h) de acordo com a hora local de cada região do Brasil, a Rede Globo adotou um sinal diferenciado para as regiões com 1 ou até 2 horas de atraso em relação ao horário de Brasília, que ficou conhecido como Rede Fuso. Nos estados de MT, MS, e Região Norte, a programação global sofreu mudanças significativas. Exemplo: Após o Jornal Nacional, entrava no ar a novela das 19h(na época, Beleza Pura) e, em seguida, a novela das 21h(na época, Duas Caras, que tinha classificação de 14 anos e só podia entrar no ar nesse horário). Com isso, o futebol ao vivo nas quartas-feiras dançou, uma vez que coincidia com o horário da novela. Depois de Duas Caras, era exibido o Cinema Especial e, antes do Jornal da Globo, era exibido um compacto de 20 minutos do jogo transmitido em grande parte da rede.

Essa situação durou até junho daquele ano quando Duas Caras foi substituída por A Favorita, classificada para maiores de 12 anos. Assim, o futebol voltou a passar ao vivo nessas regiões, mas a exibição da novela das 7 nesses dias acabou afetada, com capítulos que não chegavam a 20 minutos de duração. A Rede Fuso até procurava compensar a curta duração da novela ás quartas-feiras, com capítulos mais longos na quinta e na sexta, mas dessa forma, acabava atrasando ainda mais a programação. Detalhe: o Jornal da Globo nessas regiões(com exceção das quartas-feiras de futebol) é até hoje exibido gravado e, consequentemente, desatualizado.

Em outubro de 2009, as afiliadas globais dos estados fora do horário de verão(como a Região Nordeste) também passaram a integrar a chamada Rede Fuso. Telespectadores de Pernambuco, por exemplo, passaram a assistir ao JN ás 19h15(pelo horário local), logo depois á novela das 7(na época, Caras & Bocas) e em seguida á trama das 9(na época, Viver a Vida). Essa prática é adotada até hoje. Quando a Globo promoveu em seu horário nobre alterações que seguem até hoje (a novela das 6, passou a ir ao ar ás 18h25, a das 7 ás 19h30, o JN ás 20h30, e a novela das 9 ás 21h10) deu início á outro problema nos estados com fuso horário diferente e nos que não seguem o horário de verão: as transmissões de futebol ás quartas começam com mais de 10 minutos de bola rolando. Ou seja: o telespectador dessas regiões começa a ver o jogo sem saber direito as escalações dos times e quem está apitando a partida e, ás vezes, já tendo saído um gol! Na Região Norte, em época de horário de verão(quando a diferença de fuso é de 2 horas), a situação é ainda pior: só é possível assistir o futebol a partir do segundo tempo!

Quando há transmissões de eventos especiais em horários incomuns, a bagunça toma conta da programação. Um dia desses, quando rolou jogo da Seleção Brasileira num sábado á noite, os telespectadores do Nordeste ficaram sem assistir á novela Além do Horizonte para que a transmissão do jogo pudesse passar na íntegra. No Acre, cuja diferença de fuso nessa época do ano é de 3 horas, a partida começou a ser transmitida depois da novela das 7, e Amor á Vida foi exibida ás 21h30 locais, depois do futebol. E esse ano, o reality musical The Voice Brasil passou a ir ao ar nas noites de quinta-feira, depois da novela. Atendendo a pedidos do público das regiões Norte e Nordeste do país, a Globo adequou sua grade pra que o programa pudesse passar ao vivo também nessas regiões. Com isso, não só a novela das 19h, mas também a das 21h ficaram com capítulos mais curtos em relação á rede. Á exceção, aparentemente, foi no Acre, onde alguns telespectadores dizem que Amor á Vida está indo ao ar após o The Voice.

Telespectadores criticam diariamente a desordem que tomou conta da programação global em metade do país por conta do horário de verão. Mas a Globo não é a única culpada. Os responsáveis por isso são os pseudo-censores do Governo que, não contentes em atrelar a famigerada classificação indicativa á horários, ainda obrigam as emissoras a terem uma programação diferente em cada região do país. E ocasionam exibições de telejornais gravados e desatualizados, transmissões que iniciam com jogos já em andamento, novelas com capítulos curtíssimos em um dia e absurdamente longos em outro(e que, assim, perdem o chamado "gancho", situação que visa prender o público para o próximo capítulo)... Enquanto o nosso governo não cogitar mudanças nas leis de classificação indicativa e de fuso horário, a tendência é que esses transtornos continuem. Infelizmente!

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